DA SÉRIE: MINDSET E LIDERANÇA – Parte 1

Simbolo

Por Jacqueline Menezes

29/09/2022

Como a mentalidade pode apoiar ou afetar o exercício da Liderança

Já sabemos o que o velho manual de liderança vem sendo sacudido diariamente e que novos componentes começam a ganhar força quando o assunto é liderar pessoas e resultados.

Mentalidade e liderança. Como uma afeta a outra?

Vamos iniciar nos apropriando do termo Mindset, cujo significado literal é : Mind = mente e Set = configuração. Logo, Mindset é a maneira como configuramos a nossa mente que definirá a nossa forma de pensar.

Os estudos do tema estão baseados na pesquisa da professora Carol S. Dweck, em seu livro: Mindset: A nova psicologia do sucesso que nos ajuda a entender a forma de pensar das pessoas em dois códigos mentais: o primeiro formado por pessoas de mindset fixo e segundo, formado por pessoas de mindset de crescimento. 

Mindset fixo: neste código mental as pessoas acreditam que o talento é o único responsável pelo sucesso e que as habilidades não podem ser desenvolvidas e não é preciso esforço, basta ter talento. O fracasso é o limite das minhas habilidades.

Mindset de crescimento: Neste código ou forma de pensar, as pessoas acreditam que com dedicação, esforço, aprendizado e força de vontade é possível crescer. 

Aceitam que podemos aprender com os erros, desenvolver novas habilidades e conquistar novos patamares de desempenho.

Quando me deparei com estes conceitos, me dei conta de muitas experiências que vivi ao longo da minha trajetória profissional e pessoal.

Pude tomar consciência das falácias ouvidas por professores, autoridades familiares e culturais e o resultados delas na minha própria forma de pensar.

Pude perceber mais claramente como romper com o modo natural de pensar, reconfigura nosso olhar para as possibilidades e como isso impacta diretamente nos comportamentos que temos como pais e líderes.

Estas configurações permanecem ao longo de nossas vidas, e esta visão modela profundamente a maneira pela qual enxergamos os outros, a nossa própria capacidade de evoluir e as decisões que tomamos sobre pessoas no exercício da liderança.

Acreditar que suas qualidades e dos outros e do seu time são imutáveis — o mindset fixo — cria a necessidade constante de provação de valor. Isso mina o esforço na direção do aprendizado e limita nossa caminhada de aprimoramento.

Se você ou um colaborador teve alguma experiência anterior de configuração negativa e acredita que possui apenas uma quantidade limitada de inteligência numa situação, como isso afeta sua visão e a dele sobre as possibilidades de avanço e aprendizado fundamentais no contexto atual?

Muitos de nós aprendemos a adotar esse mindset fixo desde a tenra infância. Alguns de nós foram impactados por resultados parciais em alguma área de conhecimento e fomos treinados por nossa cultura a limitar algumas de nossas habilidades. Nos fechamos para isso e acreditamos em nossa incapacidade de aprender.

Me deparo cotidianamente, com líderes assustados com a possível necessidade de falar em público, se comunicar ou apresentar reuniões. Sentem-se ameaçados por crenças enraigadas e profundas com experiências dolorosas sobre suas aptidões naturais.

Quem nunca viveu o dilema de estar a frente de algo, cujo código mental desafia a capacidade de fazer, se se sentir capaz e competente. Uma voz persistente e profunda que nega a possibilidade de fazer por acreditar não ter este talento natural.

Quem não se lembra de pelo menos um momento escolar onde alguns colegas foram destacados para atividades em que pareciam talentosos. Como se ocupar de aprender algo novo, se o contexto era ameaçador e pouco receptivo ao aprendizado daquilo que aparentemente não estávamos prontos.

Na vida profissional, nos deparamos com situações novas e reveladoras que exigem uma confirmação de nossa inteligência e habilidades. Cada situação reitera mais e mais esta avaliação antiga e bem codificada internamente: Terei sucesso ou fracassarei? Farei papel de tolo ou me mostrarei inteligente? Serei aceito ou rejeitado? 

mindset de crescimento, nos oferece “luz” para aquilo que ainda não acreditamos ser capazes – o ponto de partida do desenvolvimento. Ele se baseia na crença de que você é capaz de cultivar suas qualidades básicas por meio de seus próprios esforços. Embora sejamos diferentes (graças à Deus) — em talentos e aptidões iniciais, interesses ou temperamentos — somos capazes de nos modificar e desenvolver por meio do esforço e da experiência.

Então, a pergunta é: Como líderes, pensar em termos de qualidades imutáveis afeta de alguma forma minha comunicação, meu processo decisório e minhas habilidades relacionais com meu time?

Que resultados são decorrentes de uma mentalidade fixa, na liderança?

Como esta forma de pensar pode comprometer o papel de desenvolver e inspirar confiança no time que eu lidero?

Como um código mental fixo aciona comportamentos que podem corroer ou desengajar colaboradores já bem influenciados por suas experiências culturais e familiares?

Os estudos sobre minset, colaboram de forma significativa com a percepção do líder, estimulam a autopercepção e revelam o quão imprescindível é estar atento a si mesmo, vigilantes e abertos para expandir a mentalidade na busca de renovar os óculos que usamos para compreender os talentos, o entorno e os desafios do nosso contexto.

Qual é o seu mindset? O livro da professora Carol S. Dweck, nos ajuda a “dar um passo pra trás” e tomar consciência do nosso código mental.

Leia cada uma das afirmativas seguintes e diga se, na maior parte das vezes, concorda ou não com elas.

 1. Sua inteligência é algo muito pessoal, e você não pode transformá-la demais. 

2. Você é capaz de aprender coisas novas, mas, na verdade, não pode mudar seu nível de inteligência. 

3. Qualquer que seja seu nível de inteligência, sempre é possível modificá-la bastante. 

4. Você é capaz de mudar substancialmente seu nível de inteligência. 

Os estudos dela mostram que as afirmativas 1 e 2 referem-se ao mindset fixo. As de número 3 e 4 refletem o mindset de crescimento. Com qual dos dois grupos você se percebe, mais?

 É possível que sua resposta seja mista, mas a maioria das pessoas se inclina mais para um grupo do que para o outro.

Quando você percebe o olhar turvo, pode começar um novo caminho. Ingressar numa nova forma de pensar – um jeito de ver as coisas por uma lente das qualidades mutáveis. 

Quanta abertura você tem para aprender algo novo? Quanto estaria disposto como líder, a se desafiar para se desenvolver e desenvolver as pessoas do seu time?

Qual seria o resultado de um MINSET DE CRESCIMENTO para sua empresa, sua vida e para a experiência dos seus colaboradores?

Esperamos que este artigo tenha contribuído com seu conhecimento e desenvolvimento.
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