DA SÉRIE: MINDSET E LIDERANÇA – Parte 4

Simbolo

Por Jacqueline Menezes

29/09/2022

Mentalidade de campeão na Liderança

Se a mente ora nos fortalece, ora nos limita – então como despertar nossos potenciais a partir de uma mentalidade forte, resiliente e flexível?

Na liderança estamos frequentemente sujeitos às adversidades, aos acontecimentos e rupturas do planejado, esperado e almejado.

Neste campo de batalhas diárias, envolvendo pessoas, processos e resultados, vence aquele que toma para si a propriedade e a responsabilidade pelo o que acontece dentro da sua cabeça: sua mentalidade – esta interpretação das experiências, fatos e descontinuidades.

Imaginem os resultados de um líder que tomasse total propriedade e responsabilidade por si mesmo, por sua mente, sua fala, ações, pensamentos, escolhas e até o uso do seu tempo. 

Se na liderança, pudéssemos nos apropriar do poder pessoal advindo deste “lugar interno de segurança”, onde paro de transferir a responsabilidade do que acontece lá dentro e assumo o protagonismo de viver por minha conta e risco.

A liderança é um convite para você se apropriar e observar o desabrochar do talento das pessoas ao seu redor. Você pode ficar fascinado pelo seu processo de aprendizado e da sua equipe.

Quando se permite olhar para o que acontece enquanto as pessoas estão vivenciando padrões elevados de desafio e novas experiências, você embarca numa jornada de confiança no potencial humano – bem diferente daquela atmosfera de julgamentos e medo- uma mente campeã.

Quando o líder tem como padrão os julgamentos e a crítica, sua equipe busca a autoproteção e o baixo nível de esforço. Teremos então, um ambiente dominado pelo mindset fixo e pensamos em termos de profissionais como “produtos acabados”. 

Perseguimos o jogo sem erros. Pensamos os erros como intoleráveis e imaginamos que ao evitá-los, estamos preparando nosso time para atuar sob pressão. Motivamos pelo medo e os resultados, estão bem à nossa frente.

Mais medo, menos iniciativa e desenvolvimento, sem contar com os afastamentos e os crescentes casos de ansiedade, baixo desempenho e engajamento, acompanhados pela alta rotatividade dos colaboradores.

Vivenciamos no cotidiano das empresas, explosões de ira, denominados como endurecimento do time. De onde vem os significados para estes momentos heroicos, senão da mentalidade fixa? De verdade: Isso leva o líder, a obter bons resultados?

A mentalidade de crescimento nos oferece a ideia de que quando as pessoas se dedicam a tarefa de se tornar um pouco melhor a cada dia, chegam mais rapidamente ao seu melhor desempenho. Não existe jogo sem erros. O que podemos e devemos cultivar nos times é o esforço total e o comprometimento com o seu melhor resultado.

Uma mentalidade campeã na liderança começa pelo aprimoramento incansável de uma cultura do aprendizado, uma potência quando falamos de humanos. Vem da crença do mindset de crescimento – uma mente aberta e flexível que vive em busca de expansão e novas possibilidades.

Líderes com mentalidade de crescimento se permitem acessar suas próprias capacidades primeiro e trabalharão duro para estimular as capacidades do time, atraídos pela contribuição singular.

 Mentalidade de crescimento não é algo que se deseje e se receba sem méritos, exige uma jornada em sua direção, um trabalho estruturado de “ver” além das fronteiras. Uma forma de pensar consciente, mesmo quando nosso “eu interno” se nega a enfrentar desafios ou nos repreende diante dos fracassos.

Como convencer a nós mesmos sobre os enganos de um pensamento estreito e limitado? Precisamos afiar nossa autopercepção, tirar um tempo para nos observar sem julgamentos e críticas, e estar mais conscientes do que ocorre fora de nós. Como impactamos o time com nossas atitudes e comportamentos? Como nossa “fala” compromete nossos objetivos e da equipe?

Pais e educadores não intencionalmente, moldam os mindsets das crianças e os adultos mantém estes velhos programas internos fortes, alimentados pelo pensamento e crenças.

Observações ingênuas de pais e depois de líderes, cultivam comportamentos e formas de pensar que vão enquadrando como as pessoas interpretam as adversidades. De um lado, um mundo repleto de mudanças e inesperados, do outro, mentes fixas que reagem aos problemas com ansiedade e medo. Uma equação, pouco equilibrada. 

Podemos e devemos nos abrir para as oportunidades de crescimento na vida pessoal e profissional. Líderes serão cada vez mais referências para sua equipe e podem contribuir com a confiança do grupo, aproveitando para enviar mensagens que estimulem desenvolvimento e enfrentamento dos desafios inerentes a realidade atual.

Se o ambiente organizacional é intolerante aos erros, o que esperar dos profissionais que ali atuam? Como comprometemos potenciais das pessoas, ainda que de forma inconsciente? Como esperar times proativos, se alimentamos o receio, julgamentos e críticas? Quem ganha com ambientes que prevalecem uma mentalidade fixa?

Nossas crenças são a nossa chave de felicidade ou da infelicidade plena. São veículos potentes de acesso aos nossos estados limitantes ou fortalecedores. Nos oferecem potência aos recursos internos ou nos levam ao inferno interior.

Fique atento as suas emoções: ao conteúdo dos seus pensamentos diários, aqueles recorrentes que ficam ruminando, velhos significados que invadem seu dia e roubam sua paz, energia e motivação. Não são os acontecimentos que envenenam seu dia, olhe mais a fundo e comece a decidir e a escolher que mentalidade você quer para você: ouça seu interior com honestidade implacável e reconheça como a sua forma de pensar te afeta.

De acordo com a pesquisa da professora Carol S. Dweck ,“Os mindsets vão mais longe, eles dão estrutura ao registro que ocorre na cabeça das pessoas. Orientam todo o processo de interpretação. O mindset fixo cria um monólogo interno focalizado no julgamento: “Isso significa que sou um fracassado”, “Isso significa que sou melhor do que eles”, “Isso significa que não sou bom líder”, “Isso significa que meu parceiro é egoísta”. 

Uma mudança de mentalidade requer um processo de transformação interna – uma nova estrutura de “enxergar” a si e o outro, bem como de aprender a apoiar o crescimento das pessoas ao seu redor. Na liderança, isso se reflete de forma fecunda nos resultados do time. Você como líder, assume o compromisso com o seu desenvolvimento e do seu entorno. Isso exige tempo, esforço e o suporte mútuo. É como regar plantas, com o tempo elas florescem e sua dedicação é recompensada.

Quando o líder passa a reconhecer seus “gatilhos” e seus “botões”, começa a jornada de mudança de mentalidade. Isso exigirá aceitação, acolhimento e auto-observação. Agora já é possível nomear as emoções conflitantes e aceitá-las para examinar o que você quer e quem decide como reagir a isso.

Ficar vigilante permite sair da zona de conforto e dar a partida para novas formas de enxergar os fatos e situações. Sem rejeitar, temos a possibilidade de reenquadrar, convidando a mente a expandir-se. Já é possível ver mais amplamente e continuar a jornada rumo a novas experiências.

Bem vindo a um mundo novo onde você é o protagonista da sua liderança!

Esperamos que este artigo tenha contribuído com seu conhecimento e desenvolvimento.
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